segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Santa Rita de Jacutinga - Terra das cachoeiras e de muitas aventuras

    Já era hora de narrar mais aventuras e, melhor ainda: vivê - las. A pandemia "brecou" nosso espírito aventureiro  e passado um bom tempo em casa, se prevenindo, embora ainda não cessado o perigo do vírus, mas mediante a vacinação de um número cada vez maior da população e a diminuição expressiva dos casos foi possível pôr os "pés na estrada" novamente.
    Semana do saco cheio a vista,  a opção de destino foi retornar a um recanto mineiro bem na divisa com o Rio de Janeiro, a cidade de Santa Rita de Jacutinga, conhecida como a terra das cachoeiras.
    Conheci Santa Rita nesta mesma semana no ano de 2015, num dos passeios de moto dos Estradeiros. Agora retornei com meu atual companheiro de estrada, Maurílio e com um roteiro repleto de novas aventuras.
    Saímos de Lavras na segunda -feira, dia 11 rumo a Santa Rita pela manhã, numa Picape Corsa Chevrolet 2003, acompanhados por uma chuvinha fina, durante todo o trajeto. Chegamos mais ou menos após 5 horas de estrada, algumas paradas pra um cafezinho com pão de queijo.



    Alugamos uma suíte bem localizada que achamos com facilidade. Após deixar nossas malas fomos atrás de um bom almoço que encontramos no Restaurante Point da Batata. Enquanto esperávamos o almoço ser servido experimentamos uma cachaça da região chamada Gabriela cravo e canela, deliciosa! 



    Santa Rita de Jacutinga é uma dessas cidadezinhas de interior bastante acolhedoras, localizada na zona da mata, na microrregião de juiz de fora.  Em meio dia de tour é possível conhecer seus principais atrativos e foi o que fizemos apesar da fina garoa que insistia em cair: o Lago dos Anjos, a Igreja Matriz e coreto, rua de Pedras, o Túnel que chora, a antiga Estação de Trem e o Monte do Calvário e a Igreja do Alto, que amei e registrei com belas fotos. 








    
















    Como ainda tínhamos a tarde toda resolvemos ir até a Fazenda Santa Clara, distante aproximadamente 20 km do centro da cidade. Chegamos rapidinho, pois o caminho é todo indicado. Infelizmente não pudemos entrar, pois, desde a pandemia a fazenda está fechada a visitações. Tiramos algumas fotos na parte exterior com o consentimento de uma das proprietárias e seguimos passando antes no Restaurante do Duque, já em terras cariocas.
    A história dessa fazenda é muito interessante, Ela é considerada uma das  maiores fazendas da  América Latina. Sua história remonta ao século XVIII, quando no ano de 1824 Francisco Tereziano Fortes de Bustamante (natural de São João Del Rei) foi agraciado pelo governo imperial com uma sesmaria de terras, onde montou a fazenda Santa Clara, concluída em 1856. A fazenda foi deixada, com sua morte, para a viúva Maria Tereza de Souza Fortes, Viscondessa de Monte Verde. Reza a lenda que pelo motivo de não ter lhe dado herdeiros, Francisco manteve Tereza aprisionada anos a fio no terceiro andar da fazenda, que só quando viúva veio a se tornar livre e também deu liberdade a muitos escravos. Como não possuía terras muito férteis passou a produzir também escravos, mão de obra indispensável para si e para fazendas vizinhas do famoso "vale do café".





   















     A fazenda é imponente, são 6 mil metros quadrados de construção em três andares. Possui 365 janelas (algumas somente pintadas), 52 quartos e 12 salas, remetendo - se aos dias, semanas e meses do ano, uma capela dedicada a Santa Clarae muitas curiosidades e mobiliários e apetrechos portugueses, persas,  franceses entre outros. Ali foram gravadas cenas da novela Terra Nostra e da minissérie Abolição. Já no fim da tarde retornamos pra nossa suíte para o merecido descanso.




















    Amanheceu lindo o dia 12 de outubro, dia das crianças e de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Imbuídos do desejo de homenagear nossa Mãe santa fomos à missa na Matriz De Santa Rita de Cássia. A celebração foi muito bem conduzida, fomos muito bem recebidos e todos os protocolos sanitários preservados. Saímos de lá leves e resolvemos ir a Conservatória, um distritozinho de Valença, charmoso, conhecido como a terra da seresta.




    O tour pelo centro de Conservatória nos remente ao passado com seus casarões  antigos, a estação com a velha locomotiva, show de cantores na praça, as lojinhas de queijos, doces, cachaças e artesanatos, o Túnel que chora e um espaço em especial nos chamou a atenção: o restaurante  "Bistrô do Poeta". Aproveitamos pra curtir um super som, tomar um chope e nos fartar com uma porção generosa de mandioca com linguiça! Ali também foram gravadas algumas minisséries, como Sinhazinha Flô e outras.













    No retorno fomos curtindo as belezas naturais, como a Serra da Beleza, o mirante, os arcos de pedra, tiramos muitas fotos e fomos pra suíte brindar nossa passeio degustando umas cervejas  Lagoinhas da Wals.




 




    
































    Terceiro dia do passeio e o sol surgiu majestoso aquecendo e prometendo um dia de cachoeira! Partimos pra a Cachoeira Boqueirão da Mira. Localizada na Vila do Cruzeiro, a 17 km de Santa Rita, o caminho que se percorre para chegar até ela, por si só é exuberante. Conta - se que por ali passava o ouro contrabandeado da Estrada Real. Formada por uma fenda entre dois paredões de pedras com 85 metros uma piscina natural  que possibilita a passagem entre os paredões. Tiramos muitas fotos, nos refrescamos e fomos comer num restaurante próximo. Ao chegarmos lá fomos informados pela proprietária que o mesmo estava fechado desde o inicio da pandemia. Mas não é que a simpática senhora, Dona Tereza  nos serve, segundo ela "uma comidinha simples". Ah,  e teve cachaça também! Que delícia de comida! Depois de uma prosa boa e nos fartar, andamos mais um pouco e fomos descansar.









    Quarto dia rumamos pra "outras bandas". Fomos a procura do cachoeira do Pacau, uma queda de 90 metros. Todavia encontramos antes um complexo de cachoeiras que muito nos agradou e por lá ficamos quase o dia todo, nos refrescando, tomando sol, contemplando a paisagem maravilhosa e ampliando a conexão com a mãe Terra. ao lado de um Restaurante fica a primeira queda chamada "Cachoeira do Por Acaso", com uma piscina rasa propicia ao banho, seguindo uma trilha fresquinha e bem estruturada chegamos à segunda queda, a "Cachoeira do Escorrega", que como o nome sugere oferece a opção de se escorregar por um pedra e cair num poço também raso. Subindo mais um pouco a trilha chegamos na "Cachoeira do Batismo", assim chamada porque ela possibilita iniciantes no rapel terem sua primeira experiência lá. E assim, num clima super gostoso nos despedimos das cachoeiras.











    Voltando pra cidade comemos num restaurante em frente à Estação que te oferece, depois do almoço uma rede gostosa à sombra pra um delicioso cochilo, e nós como bons mineirinhos aproveitamos. Depois do cochilo, caminhamos a pé pela cidade e fomos descansar.
    Dia seguinte, levantamos acampamento e voltamos pra casa já especulando para onde iríamos no próximo feriado? Mas essa é outra história, cenas do próxim
PARA SABER MAIS...
Fazenda Santa Clara
Santa Rita de Jacutinga
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Mirante Serra da Beleza