quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Estradeiros na Capital Federal


Férias de julho chegando e diante dos Estradeiros da Serra um sonho e um desafio.
Há anos sonhávamos participar do Brasília Capital Moto Week, o maior evento motociclístico da América Latina e 3º do mundo, porém a distância nos assustava um pouco. Desde muito tempo eu estudava e planejava trajeto, hotéis e tudo mais. Então 2017 foi o ano escolhido para realizar esse projeto e tudo planejado saímos no dia 22 de julho.
















Como de costume fomos fazendo nossas paradas a cada 150 ou 180 km. Céu azul, temperatura amena, estradas boas e pouco movimentadas fizemos a primeira parte do caminho de forma tranquila e agradável. Depois de 5 horas e meia de viagem chegamos a Presidente Olegário, metade exata do nosso destino.
Pernoitamos no RS Hotel. Dia seguinte após o café continuamos nossa jornada. Novamente dia tranquilo e céu azul. Encontramos com muitos companheiros motociclistas retornando que ao cruzar sempre nos cumprimentava com o gesto da irmandade.
Após intermináveis quilômetros de retas, terras planas com a vegetação típica do cerrado, cruzamos a divisa Minas-Goiás e pouco a pouco fomos nos aproximando da gigantesca capital Federal: Brasília.
Brasília é tão linda quanto enorme. Tudo é muito amplo, as rodovias principais com 5 ou 6 pistas, trânsito intenso nos horários de pico, mas tudo bem sinalizado. A terceira cidade mais populosa do país é também a maior cidade construída no século XX. Com a sua construção iniciada em 1956, com a eleição de Juscelino Kubitschek foi inaugurada ainda incompleta em 21 de abril de 1960 após um apertado cronograma de trabalho, seguindo um plano urbanístico de Lúcio Costa e uma orientação arquitetural de Oscar Niemeyer. A partir desta data iniciou-se a transferência dos principais órgãos da administração federal para a nova capital, e na abertura da década de 1970 estava em pleno funcionamento. No desenrolar de sua curta história testemunhou uma série de eventos importantes e foi e continua sendo palco de grandes manifestações populares. 
Um desses eventos, o Brasília Capital Moto Week, criado em 2004, surgiu com o intuito de comemorar o Dia Nacional do Motociclista, 27 de julho, e, desde então, vem acontecendo anualmente, sempre na última semana do mês de julho. Em 2016, o encontro passou a ter dez dias de duração, adquirindo o status de “bike week”, a exemplo de eventos como o Daytona Bike Week. Ao longo de suas 13 edições, tornou-se o maior encontro de motociclistas da América Latina, o terceiro maior evento do gênero no mundo e o maior evento do Distrito Federal.
O evento é realizado na Granja do Torto, um bairro da região administrativa situada defronte ao Lago Norte onde se encontra uma das residências oficiais da Presidência da República, mais precisamente uma propriedade com características de casa de veraneio, por onde já passaram vários presidentes do governo militar e mesmo recentemente Lula e Dilma. Num Parque de exposição imenso, as baias se transformam em albergues onde os motociclistas armam suas barracas, montam suas cozinhas e se confraternizam. Há vários stands de grandes marcas como Pirelli, Ducatti e Michelan, boutiques e praças de alimentação, centro de informações chuveiros e banheiros e toda uma estrutura excepcional para deixar o motociclista à vontade. E shows com grandes bandas de rock (48 no total), esse ano especialmente teve Blitz, Jota Quest e Ira, entre outras. Nossa primeira vez no evento somente confirmou os elogios que todos que vão fazem à organização do mesmo.







Como o objetivo maior do evento é a confraternização, de cara ao chegarmos fomos apresentados à uma turma excepcional com integrantes de motoclubes da Bahia e Brasília, entre outros, da Baia 12. Com essa galera animada e super gente boa conhecemos o plano piloto em Brasília. Em mais ou menos 10 ou 12 motos fomos guiados pelas avenidas de Brasília e pudemos conhecer a Praça dos 3 Poderes, a Esplanada dos Ministérios, a Ponte JK, a Catedral Metropolitana e registrarmos esse momento de grande emoção para os Estradeiros.





























Nos dias que se seguiram participamos da grande festa motociclista e aproveitamos para conhecer outros pontos turísticos de Brasília como o Zoológico, o Planetário, o Memorial JK, magnífico diga – se de passagem. Dessa vez quem nos apresentou esses lugares foi um piloto de moto velocidade, Willian Pontes, campeão de algumas categorias em campeonatos de moto velocidade, uma pessoa muito bacana que pacientemente nos levou e mostrou pontos da capital que ainda não havíamos conhecido e ainda tirou muitas fotos da gente.











Na XIV edição do Brasília Capital Moto Week, seiscentas e oitenta mil (680 mil) pessoas passaram pelo Parque de Exposições da Granja do Torto durante os dez dias de evento, dos quais pouco mais de 100 mil pessoas vieram de outras cidades, estados e Países. No tradicional passeio motociclístico 40 mil motos percorreram cerca de 60 quilômetros pelos principais cartões postais da cidade. Durante todo o Brasília Capital Moto Week de 2017, cerca de 300 mil motos passaram pelo evento. O evento gerou 7 mil empregos, entre diretos e indiretos, e movimentou em cerca de R$ 55 milhões a economia da cidade. Participaram ainda do evento 1704 motoclubes e 209 expositores. Em 2018, o Brasília Capital Moto Week faz 15 anos e será realizado de 19 a 28 de julho.














Uma semana por conta de passear e conhecer Brasília, já estava de bom tamanho. Com muita alegria acumulada e já com saudades de casa os Estradeiros fizeram todo o percurso de volta.





Foram 1.813 km de pura aventura e gostinho de até a próxima, talvez mais próxima do que se imagina. 

sábado, 5 de agosto de 2017

Estradeiros na cidade mais fria de Minas Gerais: Maria da Fé




Todo mundo pensa que inverno e motociclismo não combinam. Mas para os Estradeiros da Serra não é bem assim. No inverno o céu limpo e azul e a ausência de chuva possibilitam ótimas viagens.
O inverno nem havia começado no início de junho e as temperaturas já haviam despencado. Procurando um destino pra pegar a estrada encontramos o Moto Rock Maria da Fé.
Como é de conhecimento geral a cidade de Maria da Fé, localizada na Serra da Mantiqueira, à 1258 m de altitude costuma registrar as menores temperaturas do estado de Minas Gerais.
E lá fomos nós, dia 3 de junho, de manhãnzinha rumo a Maria da Fé. Estradas boas, céu límpido, no nosso ritmo logo percorremos pouco mais de 230 km e chegamos tranquilamente ao destino.


Primeira parada para um café - Varginha

A cidadezinha é pequena, simples mas me pareceu aconchegante. Nos dirigimos à pousada, um pouco afastada, porém muito charmosa. O evento acontecia na praça e logo nos dirigimos para lá para confraternizar e registrar os bons momentos. Estava animado com um contingente numeroso de motos e motociclistas, além de cidadãos marienses.












Descobrimos que o nome do município tem duas possíveis origens: a primeira homenagearia uma mulher empreendedora e enérgica, que dirigia a fazenda e seus negócios. A outra seria a de uma jovem bonita, vinda com uma das bandeiras que cruzaram aquelas paragens e que teria se casado com o cacique Jiquitibá, por ter ele concordado em desvendar o segredo das minas de ouro da região para exploradores. Como esposa do cacique, ela teria feito erigir um grande cruzeiro de madeira, símbolo de sua fé, convertendo a tribo à religião cristã. E também que é conhecida nacionalmente como Cidade das Oliveiras, já que a fazenda experimental de Maria da Fé da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) é a única produtora de mudas de oliveira do Brasil, e que deu origem a duas variedades de oliveiras genuinamente brasileiras, resultadas de cruzamentos e anos de pesquisas da instituição: a JB e a Maria da Fé.








 À noite havia o tão esperado show do Elvis Presley cover, porém, temendo o frio congelante tão famoso de lá fomos mais cedo para a Pousada Valle das Águas, que diga – se de passagem me encantou. Nosso Chalé, na parte mais alta da Pousada, rodeado de muito verde era muito charmoso. Dormimos quentinhos e nem percebemos o frio. Na manhã seguinte tomamos um delicioso café, servido especialmente na varanda do chalé com uma variedade saborosa de alimentos e logo depois pegamos a estrada de volta pra casa. Foi uma viagem curta, porém como sempre uma aventura com sabor de quero mais.