Do bucólico ao romântico: Lavras Novas

         Para quem está à procura de um lugarzinho simples, tranquilo, bucólico e romântico, uma dica é Lavras Novas, um distrito de Ouro Preto.

         Situada a 120 km de Belo Horizonte e a 17 km de Ouro Preto tem sua população de pouco mais de 1.500 habitantes de maioria negra e cultura rica em estória, folclores e lendas de domínio popular, baseados em acontecimentos ocorridos entre o quilombo (negros e brancos fugidos) e as milícias no período colonial. Porém a história do aparecimento do povoado retrocede as datas registradas.

             Lavras Novas do Coronel Furtado fora descoberta pela família Cubas de Mendonça, considerada uma mineração de ouro localizado, tendo direito a capela e cultos ecumênicos.   O documento mais antigo encontrado  é o batistério de Maria dos Prazeres, filha de tradicional família paulista da época, em 1717 e evidências que provam que existiu minas auríferas antes das existentes em Mariana e Ouro Preto.

            Atualmente Lavras Novas apresenta condições favoráveis para seu desenvolvimento turístico e econômico, aprimorando sua infraestrutura para melhor atender seus visitantes. Investindo e crescendo nas áreas de hospedagem, casas noturnas, bares, restaurantes e casas de artesanato, e por estar situada em pleno parque Nacional do Itacolomi com suas belezas naturais preservadas, pela população consciente das riquezas existentes em sua fauna e flora, atraindo os praticantes de esportes radicais e, principalmente motociclistas como nós e os que apreciam a calma e a simplicidade do interior.

             Antes de chegar a Lavras Novas, qualquer pessoa que vai pela primeira vez à localidade fica admirada com a topografia do terreno. Enormes blocos de pedra estão dispostos ao longo da estrada, como se tivessem sido jogados do alto da montanha e se equilibrassem ali, podendo continuar a rolar montanha abaixo a qualquer momento.

A caminho de Lavras Novas

Na Estrada Real

Curvas e paisagens estonteantes

            

             

             Foi num feriado da semana Santa, estávamos em Congonhas e nas nossas andanças e prosas com moradores, uma senhora nos sugeriu visitar esse pequeno povoado. As informações dadas pela senhora não nos entusiasmou, mas devido à sua insistência resolvemos correr o risco, pois como motociclistas curiosos e a procura de aventuras resolvemos conferir.

            De Congonhas partimos sentido Ouro Branco.  O caminho é maravilhoso, com muitas curvas e uma bela paisagem, pertencente à Estrada Real. Logo na entrada de Lavras Novas, ainda estávamos incrédulos, porém quando começamos a fazer o reconhecimento do lugar, o que sempre fazemos quando chegamos, ficamos realmente admirados.

            O povoado é realmente um charme, com suas casinhas coloridas com arquitetura muito eclética, chama atenção de qualquer visitante. Muitas lojinhas de artesanato local, muitos bares, restaurantes, lanchonetes, musica ao vivo. Um lugar que verdadeiramente faz a gente se sentir jovem em qualquer idade! Vale a pena conhecer. Para isso o distrito oferece uma variedade de pousadas e casas de aluguel. Mas é preciso conferir antes alguns fatos, como por exemplo, os estabelecimentos não aceitam cartões, não há posto de gasolina e outros.

           

Ateliê de um artista

Lixeirinhas da cidade

Isso é Lavras Novas

Restaurantes

Espaços coloridos e únicos

Café DonaZica

Cruzeiro

Igreja Matriz

Feirinha

Nossas andanças

Aqui nada se perde, tudo se transforma...

Muito artesanato

Vivendo a Estrada Real

         Nossas viagens quase sempre são em função  de encontros motociclísticos ou para conhecer algum lugar interessante. Porém, desde que retiramos nossos Passaportes da Estrada Real, em Diamantina, temos um motivo a mais para pegar a estrada.

            Neste último final de semana (25/04), houve Encontro de Motociclistas em Santa Cruz de Minas, um pequeno, para não dizer o “menor” município, em área total do Brasil. Localizado na região mineira dos Campos das Vertentes, entre os municípios de São João Del Rey e Tiradentes, também faz parte da Estrada Real e, portanto uniríamos o útil ao agradável: participar de um evento e carimbar nossos Passaportes.

            Saímos pela manhã abençoados com um dia claro e de céu azul. Estrada tranquila, logo chegamos ao primeiro ponto de parada: Lanchonete Ponto Real, no município de São Sebastião da Vitória, onde se come o melhor pão de queijo recheado do universo! Daí seguimos até Tiradentes para posteriormente seguirmos pela Estrada Real até Santa Cruz de Minas.

Lanchonete Ponto Real

O melhor pão de queijo recheado

            

          

         

       Tiradentes é uma cidade charmosa e inspiradora. Foi tombada em 1938, como Patrimônio Histórico pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A cidade conserva até hoje a sua total originalidade o que nos remete ao passado. Oferece inúmeras opções de lazer e festividades. Possui um vasto numero de pousadas, bares, bistrôs, restaurantes, lojas de artesanato, frequentados até mesmo por visitantes do mundo todo.

            Acreditávamos que o alferes Tiradentes teria nascido na cidade que recebeu seu nome. Portanto descobrimos que ele nasceu numa fazenda de nome Pombal, num município vizinho, chamado hoje Ritápolis. O nome foi dado em sua homenagem em 1889.

            Após ter carimbado nossos Passaportes, seguimos por um pequeno trecho da  verdadeira Estrada Real, com calçamento de pedras, sentido Santa Cruz de Minas, o menor município em área total do Brasil, com apenas 2 860 Km² de área. Neste caminho encontramos o  "marco zero" da Estrada Real, criado em abril de 2003.

Carimbo do Passaporte em Tiradentes

Marco Zero

Estrada Real

                           

Serra de São José

            Em Santa Cruz nos hospedamos no Clube Hotel Santa Cruz, local amplo e agradável. À tardinha fomos para o evento onde ganhamos num sorteio um capacete. Ficamos muito felizes e decidimos doá – lo aos organizadores para transforma – lo em doação à instituição de caridade do município qual o evento recolhia alimentos. Reencontramos velhos conhecidos, ouvimos um pouco do bom e velho Rock e fomos fechar a noite na Pizzaria Point, na qual degustamos um bom vinho Chileno.

Pousada Clube Santa Cruz

Encontro de Motociclistas de Santa Cruz de Minas

Doando o capacete 

Fazendo caridade

Tim ...Tim....

            

            

        

          

            

       Na manhã seguinte, no café, conhecemos um simpático casal de Belo Horizonte, triciclistas. Despedimos-nos e seguimos viagem para São João Del Rey em busca de mais um carimbo para os nossos passaportes. Na rua da pousada onde retiramos o carimbo nos deparamos a figura simpática de Tancredo Neves, sentado em um banco com a constituição nas mãos. Aproveitamos a ocasião para bater um papo sério sobre a política do passado e do presente (rsrsrsr). Ele convidou nos  para conhecer o seu Museu. Não há quem não fique emocionado com os relatos e imagens que o Museu nos oferece sobre a vida deste grande estadista, além da atenção e educação da recepcionista que nos conduziu por todo o  Memorial  dando detalhes com muita propriedade sobre a vida de Tancredo.

São João Del Rey

Carimbo do Passaporte em São João

Papo sério com Tancredo

Figura admiravel

            

       

        

       

         

        Após esse mergulho cultural retornamos a estrada de volta pra casa. Todavia uma cidadezinha nos chamou a atenção no caminho e decidimos conhecê – la. Rio das Mortes é pequenina e singela e foi onde nasceu a Beata Nha Chica, hoje venerada em Baependi.

            Na volta passamos novamente no Ponto Real, afinal aquele pão de queijo parece ter um imã que nos atrai. Missão cumprida foi mais uma aventura que recomendamos pra quem quer passar um bom final de semana.