quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Uma virada histórica....

Nos três últimos meses do ano de 2015 já começamos a preparar um roteiro de viagem para o final do ano. Após uma boa discussão sobre possibilidades, optamos por repetir a ideia do circuito histórico, como fizemos no ano anterior em Diamantina.
Tínhamos um projeto antigo de viagem para Ouro Preto e Mariana, e como faltavam os carimbos desses lugares e um desejo enorme de ter um conhecimento melhor sobre a tragédia em Mariana, elaboramos um roteiro pra lá. Tudo acertado: ficaríamos em Conselheiro Lafaiete onde passaríamos a virada, de lá iríamos para Ouro Preto, Ouro Branco, Lavras Novas, Mariana e Itatiaia era só aguardar a data da viagem.

Chegado o grande dia, acordamos com um tempo pouco animador: céu completamente nublado com pequenas pancadinhas de chuva seguidas de períodos de estiagem mas ainda sim resolvemos arriscar. Saímos por volta das 9 horas da manhã do dia 30 de dezembro. Daí pra frente deu tudo errado para dar tudo certo e ser um passeio inesquecível.
Mal andamos uns 6 km, tivemos que retornar pois a chuva fina e sujeira do asfalto nos deixou molhados e sujos. Voltamos para trocar de roupa e vestir nossas capas de chuva. Porém diante da chuva e outros imprevistos resolvemos mudar os planos e ir de carro e, para Ouro Preto.









Rapidamente desfizemos as malas da moto e passamos tudo para o carro, ligamos no hotel em Conselheiro Lafaiete cancelando a reserva e partimos.
A viagem foi tranquila embora tenhamos enfrentado em alguns trechos fortes chuvas. Seguimos um caminho já conhecido passando por São João Del Rei, Lagoa Dourada, Entre Rios de Minas, São Braz do Suaçuí, Ouro Branco.




Chegando em Ouro Branco tínhamos um carimbo do Passaporte Estrada Real para pegar. O local era o Hotel Verdes Mares. Chegamos, pegamos nosso carimbo e diante da boa recepção e informações das pequenas distancias entre Ouro Branco e as outras cidades, resolvemos ficar ali mesmo. Outro fator que nos deixou interessados é que de posse do passaporte Estrada Real, os hotéis conveniados dão um bom desconto na diária. Depois de nos instalarmos, tomar um café e descansar fomos revisar nosso passeio num boteco da cidade.




Foi então que por ato de sorte numa pesquisa na internet encontramos um guia turístico, com boas referências que oferecia um passeio Ouro Preto/Mariana. Ligamos e contratamos o mesmo para o sábado. No dia seguinte percorreríamos os distritos Itatiaia e Lavras Novas, deixaríamos em aberto o dia primeiro, por causa da virada e retornaríamos no domingo. Brindamos no Botequim Avenida nossos novos planos.






Na quinta – feira, acordamos, tomamos um delicioso café e partimos para Ouro Preto, só para ver quanto tempo gastaríamos. É um caminho maravilhoso pela Serra de Ouro Branco, com paisagens de tirar o folego. Quarenta minutos depois estávamos em Ouro Preto. Paramos na Praça da Estação. As pessoas de lá são muito gentis e receptivas, dão informações com boa vontade. Um simpático taxista nos levou até o Hotel Solar de Maria, onde pegaríamos outro carimbo para o passaporte. Sem esse gentil senhor demoraríamos a encontrar o local pois são muitas ruelas estreitas, becos e morros. Ele gentilmente nos deixou na Praça Tiradentes, a praça central da cidade. Foi o local onde a cabeça de Tiradentes foi exposta, em 1792, após ele ser esquartejado. No centro da praça, um monumento ao mártir foi colocado no local do poste onde sua cabeça foi pendurada. E no prédio, onde antes era a residência oficial do governador, hoje funciona o Museu da Inconfidência. Do outro lado, está também o Museu de Ciência e Técnica. De volta à praça da Estação, onde havíamos deixado o carro, descemos pela famosa rua Conde de Bobadela (rua Direita). Geralmente ela se localiza onde moravam as famílias mais ricas da Vila, próxima ao centro comercial. Este costume veio de Portugal. E não tem nada a ver com uma rua em linha reta. Algumas realmente até são, outras nem tanto. Estas ruas geralmente nos levam a uma das igrejas principais da vila, e a rua situava-se “à direita” da igreja.


Praça Tiradentes - Ouro Preto

Rua Conde de Bobadela (Rua Direita) Ouro Preto

Rua Direita e seus casarios imponentes



Seguindo nossos planos retornamos passando em Lavras Novas. Pela segunda vez andamos pelas ruelas deste charmoso distrito admirados com suas casinhas coloridas, as lojinhas de artesanato, as opções de passeios nas cachoeiras, os barzinhos convidativos. Lá o carimbo foi obtido numa charmosa Pousada “Vila de Gaia”. Fomos bem recepcionados pelo dono, André, já bastante acostumado com os muitos viajantes em busca de carimbos para o passaporte Estrada Real. Depois de uma boa conversa registramos o momento, nos despedimos e partimos para mais um lugar.


Pousada Vila de Gaia - Lavras Novas


O próximo destino era Itatiaia. O povoado de Itatiaia é um antigo arraial do final do século 17, que surgiu com a cata de ouro nos ribeirões, nos córregos e nas lavras de encostas montanhosas da região. Bem pequenininha, com a Igrejinha Matriz de Santo Antônio em frente ao Cruzeiro, com poucas ruas chegamos ao point da cidade, o restaurante Villa Itatiaia, onde pegamos o carimbo e tiramos algumas fotos.  Já retornando nos lembramos que já havia passado a hora do almoço, paramos no caminho e comemos uma deliciosa e simples comida mineira, direto do fogão a lenha.


Carimbando o passaporte em Itatiaia

Restaurante Vila Itatiaia

Matriz em Itaiaia


Chegando em Ouro Branco, fomos procurar um lugar para passar a virada. Depois de passar por alguns restaurantes, optamos pelo Restaurante “Pé da Serra”, bem central, aconchegante e bastante acessível. Depois do descanso foi lá que nos despedimos de 2015 e acolhemos 2016, juntos, felizes e na companhia de um bom vinho.


Restaurante e Pizzaria Pé da Serra - Ouro Branco

Brindando o ano novo



Acordamos mais tarde, depois do café resolvemos voltar a Lavras Novas onde passamos um dia maravilhoso. Tomamos a primeira cerveja do ano e almoçamos no Restaurante Delírio da Milly, ao som de uma boa MPB, andamos mais um pouquinho curtindo a “bucolicidade” do lugar, tiramos mais fotos e retornamos a Ouro Branco para assistir a primeira Missa do ano, agradecendo a Deus por tudo e rogando saúde, paz e bênçãos para novos projetos.
















Conforme combinado por telefone, após o café, na manhã de sábado saímos de manhãzinha rumo a Ouro Preto para encontrar com o senhor Carlos Tomaz, para realizar o passeio guiado. Este começou com o passeio de Trem da Estação Ouro Preto à Estação Mariana, passando por túneis, belas paisagens, ruínas e com uma pequena explanação de história por um dos guias do trem.  Depois de 40 minutos descemos na estação Mariana, A van já nos esperava com uma turma de turistas de diversas regiões do Brasil. À medida que andávamos pelas ruas largas e planas de Mariana, diferentes de Ouro Preto, o senhor Carlos nos explicava fatos da História. Foi a primeira vila, cidade e capital do estado de Minas Gerais após participar de uma disputa onde a Vila que arrecadasse maior quantidade de ouro seria elevada a Cidade sendo a capital da então Capitania de Minas Gerais. A designação de Mariana veio mais tarde, em homenagem à rainha D. Maria Ana de Áustria, esposa do Rei D. João V. Diferentemente de Ouro Preto foi uma cidade planejada. Apresentou vários casarões e levou –nos  a várias igrejas com seus interiores belíssimos e singulares. Como sempre acontece, nessas andanças conhecemos muita gente legal, além do pessoal da Van encontramos um casal de motociclistas de Viçosa. Aí, sempre tem que registar!!!








Dentro do vagão


vista da janela do Trem
Carimbo no Passaporte em Mariana








Depois seguimos para Ouro Preto, com direito a um delicioso almoço no Restaurante Tabuleiro, no Bairro Taquaral, no alto de um morro, com uma vista exuberante. Já em Ouro Preto o passeio continuou, com andanças e explicações. Segundo ele, o estado de conservação de todo o conjunto arquitetônico colonial  se deve ao fato de ter sido o primeiro sítio brasileiro considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, título que recebeu em 1980. Foi considerada patrimônio estadual em 1933 e monumento nacional em 1938. Por isso é conhecido como "museu a céu aberto". São mais de 20 Igrejas, museus, becos e ruelas encantadores. Claro não fomos à todas, mas nas mais suntuosas e  finalizando numa antiga Mina de Ouro. Numa dessa igrejas que fomos, a Nossa Senhora do Pilar acontece uma feirinha de artigos em Pedra Sabão. No final chamei a turma para registrar o nosso encontro. Foi também em Ouro Preto que tiramos  o nosso 1º certificado Estrada Real, pela conclusão do Caminho Velho, por 15 municípios visitados.



Restaurante Tabuleiro

Certificado Caminho Velho/ Estrada Real

Mina du Veloso

Aprendendo sobre a mineração
















Saímos de Ouro Preto já eram mais de 7 horas da noite, cansados mas satisfeitos com o passeio. Valeu a pena. Recomendamos Carlos Tomaz – CHTTUR.
Tão cansados estávamos, tomamos um banho, jantamos num restaurante próximo ao hotel e apagamos.
Domingo de manhã, era chegado a hora do retorno. Voltamos pelo mesmo caminho e já à tardinha estávamos em casa com um saldo positivo de 5 carimbos, um certificado, 860 km rodados e a grande dúvida: quando e onde será o próximo passeio?

http://www.hotelverdesmares.com.br/

http://www.viladegaia.com.br/

http://www.villaitatiaia.com.br/

http://www.tabuleiroop.com.br/







quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Um verdadeiro encontro de motociclistas

Na matéria “Motociclismo, uma paixão pra lá de centenária”, publicada em 31 de janeiro deste ano apresentamos um pouco sobre a história do motociclismo no Brasil e no mundo, desde a construção da primeira motocicleta e do surgimento dos motoclubes aos eventos motociclísticos.
Vimos que desde então os encontros de motociclistas acontecem durante todo o ano, geralmente nos finais de semana, nas mais diferentes cidades brasileiras. Trata – se de uma verdadeira confraternização entre motociclistas que carregam os mais diversos escudos/brasões, cujo o objetivo é, primeiramente a oportunidade de pegar a estrada, para posteriormente reencontrar os amigos, curtir o bom e velho Rock in roll e brindar a vida.
Assim sendo, todos os encontros poderiam ser iguais, mas não são. Eles se diferenciam pela qualidade da organização, pelo acolhimento, pela estrutura do espaço onde é realizado, pela prática de preços justos ou abusivos no comércio das barracas e até mesmo pela presença de “motoqueiros”, denominação dada aos que ignoram o verdadeiro espírito motociclístico.
Um evento motociclístico que nos permite usar como exemplo de um excelente encontro aconteceu no último final de semana (7 e 8 de novembro), na cidade mineira de Monsenhor Paulo. 



Primeiramente o evento foi amplamente divulgado por seus organizadores Peaga, Betão e Luizão nas redes sociais e por meio de panfletos e outdoors. Foi massiva a propaganda do 1º Rock’n Road Motor Bikers – Monsenhor Paulo. Isso é fundamental para os motociclistas saberem dos hotéis disponíveis, das condições do Camping e como chegar ao evento, nota 10 para os organizadores.
Saímos na manhã de sábado, céu parcialmente nublado, temperatura excelente. Fizemos nossa primeira parada para tomar nosso habitual capuccino no Posto Super Tigre em Varginha e depois de 124 km de viagem tranquila chegamos ao pequeno e acolhedor município. Depois de fazermos chekin no Hotel Veredas, único na cidade, mas com ótima estrutura, nos dirigimos ao local do evento.























O espaço físico era espetacular, um clube na cidade com enorme área verde, lagoa, com um amplo ginásio coberto onde os motociclistas armaram suas barracas, com banheiros masculinos e femininos limpos, palco com área coberta e uma pequena arquibancada para a apresentação das bandas, barracas de acessórios, roupas, alimentação, bebidas.  Pela estrutura física do espaço e sua organização o evento merece mais outras notas 10.
Mas não para por aí. Desde a chegada, já na portaria fomos muito bem recebidos. Pagamos uma importância simbólica (a saber, há eventos que cobram valores absurdos) cuja parte da renda será revertida ao Hospital da cidade. É o motociclista fazendo uma ação filantrópica, coisa que todos apoiamos com gosto. Lá dentro tudo muito bem organizado, de cara já reencontramos nossos queridos amigos/irmãos de estrada.






E assim começou a confraternização. Depois de muitos reencontros, muitas fotos, do reconhecimento do espaço, almoçamos por um bom preço uma comida deliciosa ao som do nosso querido companheiro “Da Igreja”, figura prá lá de conhecida dos eventos. Canta um Tim Maia como só o próprio, entre outros rocks maneiros.




E aos poucos foram chegando de todas as localidades, motociclistas, com suas máquinas das mais diversas cilindradas e marcas, coletados ou não, mas com o verdadeiro espirito da irmandade motociclística. Muitas bandas para subirem ao palco e fazerem a festa com a galera nestes dois dias: Plágio, Rates, Ozz Rocks, Doomsday, Mr. Zé, Rural, Contratempo, Os mamutes e D’Kings. A locução ficou por conta de Peagá e um outro companheirão e conhecido da galera motociclista: Salomão da Família 2 rodas.





















Dentre as barracas de alimentação, uma merece destaque: um casal pra lá de gente fina, Marlene e Alemão, de Lindóia vendem a mais saborosa batata frita e o mais delicioso suco natural de laranja. Quanto à qualidade dispensa comentários (a saber no famoso Moto Capital de Brasília, venderam nada mais nada menos que 3 toneladas de laranjas e mais de 300 kg de batata)






Apesar de nuvens escuras e um pouco de chuva, a festa foi espetacular. O empenho dos organizadores valeu a pena e fizeram deste evento um exemplo a ser copiado em todos os outros. Se continuarem com a mesma receptividade e excelente organização, Monsenhor Paulo, além de cidade família se tornará a cidade do motociclista. Que venha o 2º Rock’n Road Motor Bikers – Monsenhor Paulo.









domingo, 18 de outubro de 2015

Um mergulho na História do Brasil Colonial

          Em outubro, semana do saco cheio, que para quem não sabe é uma semana de recesso escolar adotada por vários colégios e universidades no Brasil  entre os feriados de Nossa Senhora Aparecida (12) e o dia dos professores (15), nos deparamos com a dúvida: para onde ir? Buscamos algumas sugestões de roteiros interessantes, mas foi num evento motociclístico em Campo Belo que conhecemos um casal de Juiz de Fora, que nos falou de um lugar legal (Conservatória – RJ) que chamou minha atenção. Pesquisei o local e região e pronto o roteiro estava montado.
            Decidimos sair no dia 14, com destino a Santa Rita de Jacutinga, a 32 km de Conservatória – RJ, e cidade onde se localiza a Fazenda Santa Clara, palco da novela Terra Nostra, objetivos maiores de nossa viagem.





            A viagem foi maravilhosa, saímos não muito cedo, apesar de feriado as estradas estavam muito tranquilas, quase sem trânsito. Após 304 km estávamos em Santa Rita de Jacutinga. Feito o chekin na Pousada O Meu Canto, fomos fazer o reconhecimento da cidade.
            Santa Rita de Jacutinga é uma pequena cidade da Zona da Mata mineira, com aproximadamente 5000 habitantes, conhecida como a cidade das cachoeiras, 72 pra ser mais exato. Possui uma Igreja Matriz com sua deslumbrante arquitetura, e a capela de Nossa Senhora Aparecida, popularmente conhecida como a igrejinha do alto.



















            Possui nos seus arredores várias fazendas antigas, sendo uma delas a Fazenda Santa Clara, antiga fazenda da época da escravidão que mantém até hoje sua arquitetura original além de muitas curiosidades, um passeio que fizemos e recomendamos.
            Apesar de seu elevado potencial turístico, a cidade não possui muitas opções de empresas de passeios
turísticos, nem muita infraestrutura. Mas como “quem tem boca vai a Roma”, buscamos as informações necessárias e aproveitamos bem os dias em que estivemos lá.

            Primeiro fomos a Conservatória - RJ. A cidade, hoje um charmoso distrito do município de Valença cujas diversas histórias justificam a origem do nome, sendo que a mais corriqueira diz que o lugar era conhecido como "Conservatório dos índios Araris", um lugar de excelente clima e protegido por montanhas, onde os Araris se recolhiam para se recuperar de doenças que dizimavam as tribos e local no qual resolveram se instalar definitivamente.
            A prosperidade e riqueza vieram com a expansão da cultura do café, que utilizou largamente o trabalho escravo. As centenárias construções da vila, em estilo colonial, algumas do século XVIII, até hoje preservadas, evidenciam sua origem e algumas, inclusive, ainda ostentam telhas de época, feitas na coxa dos escravos. As ruas principais mantêm as pedras de pé-de-moleques originais da construção. O estilo colonial inspirou e serviu de cenário para vários romances famosos novelescos como Escrava Isaura, O Feijão e o Sonho, Sinhazinha Flô, Cabocla, Aquarela do Brasil, entre outros.






            A prosperidade econômica do final do século XIX deu início à outra tradição na vila: a das serenatas - a música cantada sob o sereno -, que hoje atraem mais de mil pessoas a cada fim-de-semana para a cidade, vindas dos mais diversos recantos do país e do exterior.  Um dos grandes motivadores da tradição da música na cidade é o Museu da Seresta, que tem o maior acervo de músicas de serestas do país - e um dos maiores do mundo -, criado pelos irmãos Joubert e José Borges.
            Porém uma curiosidade: a cidade só funciona nos finais de semana.  Tem uma programação cultural intensa, o ano todo, mas somente em finais de semana.
            De lá fomos a Valença, uma cidade pertencente à região do Vale do Café. A cidade em si não tem muitos atrativos, porém as curvas e paisagens por quais passamos são de uma beleza inenarrável.








            Como não conseguimos uma agencia de turismo para nos conduzir até a Fazenda Santa Clara, cujo acesso é estrada de terra, fomos e voltamos de taxi. Pra mim foi o ponto alto do passeio, um mergulho na história de um Brasil que nunca ouvimos falar nas aulas de História.
            A fazenda Santa Clara é uma propriedade rural com 6000 m² de construção que data do início do século XIX.  Fundada por Francisco Tereziano Fortes de Bustamente e construída pelas mãos de escravos, hoje pertence aos descendentes de João Honório, um deles D. Adélia, uma senhora que com muita propriedade nos apresenta a Fazenda e dá uma aula de História jamais vista. Deve ser uma das maiores construções coloniais rurais ainda existentes. Curiosamente possui 365 janelas (algumas falsas), 52 quartos, 12 salões, uma capela, um terreiro de café, senzala, masmorra, um mirante e outras dependências apropriadas. A masmorra foi concebida com solidez tal que impedisse fugas. No mirante, construído para vigiar a propriedade do alto, foi instalado um grande relógio alemão, fabricado em 1840 e ainda funcionando, o primeiro com números indo - arábicos. Segundo fontes por ela passaram mais de 2800 escravos. A fazenda foi utilizada como cenário dos seriados de televisão "Abolição", veiculado em 1988, e da novela "Terra Nostra", exibida em 1999.
            Segundo D. Adélia foi “tombada” pelo patrimônio Histórico, mas pelas condições foi realmente para tombar e ir ao chão, pois esse tesouro da nossa história se não tiver um sério investimento ruirá.









           



















         














              Como já tínhamos concluído nosso objetivo, pegamos a estrada mais uma vez, com destino a Cruzília, berço da raça do cavalo Manga-larga Marchador, conhecer o seu Museu e obter mais um carimbo do Passaporte Estrada Real. A viagem novamente foi maravilhosa, a estrada era nossa! Paramos no Mirante do Pacau, de onde se avista uma linda cachoeira do mesmo nome e um antigo túnel ferroviário. Logo chegamos a Cruzília, fomos direto ao museu onde carimbamos o passaporte e depois de um delicioso almoço com direito a sobremesa de mousse de abacaxi, voltamos pra casa, super felizes com o maravilhoso passeio fonte de lazer, conhecimentos históricos e novas amizades com a turma do “Flashbrega” do Rio de Janeiro.

           













        Para saber mais: